Muitos que me conhecem dizem que sou descolada, tenho
auto-confiança, alguns dizem que tenho coração de pedra, outros me acham
arrogante, nariz empinado. Prefiro dizer que sou extrovertida apesar da
paciência curta. Todos esses conceitos que têm de mim, acredito que seja pelo
meu jeito divertido e largado, piadas prontas na ponta da língua, falar
palavrão e que poucos conseguem me deixar em situações embaraçosas. Mas muito
cuidado, meu amigo. Se eu não conheço você não irei sair mostrando a amálgama
que minha dentista acabou de polir. Os poucos que me conhecem sabem do meu lado
frágil, sutil e delicado. É isso mesmo, neste peito bate um coração. Mas esse
meu lado “delicado” só os merecedores podem apreciar. Sei que às vezes uso esse
meu jeito mais “rebelde” como uma forma de defesa. Não conheço o alguém e já
mostro que “não dependo de você, faço e falo o que quiser”. Mas esse é meu
jeito, faz parte da minha personalidade e se eu não estou prejudicando ninguém
e gosto de ser assim, então continuo sendo.
Alguns amigos dizem que esse meu jeito assusta os caras e que
é por isso que eu estou solteira. Na verdade, eu prefiro ser assim do que
mostrar uma pessoa que não sou só para poder conquistar alguém. Quero que este
alguém goste do meu jeito extrovertido, que vai rir da minha piada, que também
pode fazer uma piada comigo e que não irei me chatear, sem ofender, é claro.
Quero alguém que esteja realmente disposto a aceitar meus defeitos de
fabricação, mas também estou disposta a melhorar (se eu convir necessário).
Quero alguém disposto a encarar comigo o sol quente no “pingo do mêi dia”
(expressão tipicamente nordestina para expressar que é hora do almoço e a
temperatura ta no máximo) e a delicadeza do vento frio da noite.
Eu sei que minha paciência é curta, mas sei da importância de
uma longa conversa. Sei do meu jeito claro e objetivo de dizer sim ou não, mas
sei o valor de um talvez. Que comigo é preto ou branco, mas o cinza tem seu
charme. Sei que na minha profissão tenho que ta de botina, no campo e um
chapéu, mas não deixo de lado o meu batom. Sei que tenho personalidade forte,
mas reconheço quando tenho que abrir mão de alguma coisa, mesmo quando isso doa
um pouco.
Me convide para programas onde posso abusar das minhas
havaianas e o conforto que o gel do meu tênis me proporciona, mas tenha certeza
que sei sensualizar com minha boca cor de carmim e meu salto agulha. Não tenho
muitos “mimimi”, mas quando tê-los, se aproxime e me faça um carinho. E aí, ta
disposto a encarar uma pessoa que não é nada fácil, mas que também não é
impossível? Na dúvida me convide para passear sob a luz do luar.
Gislane Mendes
Gislane Mendes
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